Encontro reuniu a representante do MPE com os membros da diretoria da ACS. (Foto: Jeozadaque Garcia)
A ACS (Associação dos Cabos e Soldados da Polícia Militar e Bombeiro Militar de Mato Grosso do Sul) recebeu, na manhã desta sexta-feira (10), a representante do MPE (Ministério Público Estadual), promotora Cristiane Amaral Cavalcante, visando maior aproximação para troca de experiências, além de discutir propostas para solucionar uma série de problemas da segurança pública no Estado, como a falta de viaturas e de efetivo.
“Apesar do excelente trabalho que a nossa PM desenvolve, a falta de efetivo e equipamentos reflete não somente a insegurança da população, mas a insatisfação da tropa. Enquanto a população fica presa em casa, com o bandido na rua, a falta de efetivo, melhores condições de trabalho e salários desmotiva o nosso policial. É um ciclo”, apontou o presidente da ACS, Edmar Soares da Silva, que se reuniu também com os 12 diretores Regionais da entidade.
Para o início dos trabalhos, a Associação elaborou um levantamento feito nos 79 municípios sul-mato-grossenses que aponta dados alarmantes. A Polícia Militar, composta por 4,4 mil homens e mulheres, sofre com um déficit de pouco mais de seis mil policiais, tendo apenas 42,2% da quantidade ideal. Enquanto o número recomendado pela ONU (Organização das Nações Unidas) é de um para 250 habitantes, o Estado dispõe de um PM para cada grupo de 589 moradores.
“Pelo que observo, o efetivo é o tendão de Aquiles mesmo. Um único concurso, por exemplo, aparentemente não resolve o problema. O Estado fala que vai suprir a necessidade, mas eu não tenho os dados. Por isso, quero me colocar à disposição para que possamos nos aproximar mais”, propôs a promotora, que integra o Núcleo Criminal, órgão do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça Criminais.
Os números mostram que, em todo o Estado, há 4.445 policiais militares na ativa. Com uma população de 2.619.827, conforme último levantamento do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o efetivo ideal seria de 10.479 policiais, o que representa um déficit de 6.034 homens.
Representantes das 12 Regionais da ACS também participaram da reunião e apontaram uma série de mazelas da corporação, como armamento obsoleto e inadequado, falta de viaturas e até mesmo abusos por parte de delegados durante a entrega de presos e lavratura de flagrantes.
Após a reunião, uma ata foi lavrada elencando os principais problemas apresentados em todo o Estado. A ACS encaminhará os relatórios completos ao Ministério Público Estadual nos próximos dias.
Jeozadaque Garcia
Assessoria de Imprensa da ACS
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