Agentes penitenciários e policiais militares lotaram o plenário da câmara de Coxim na noite desta sexta-feira (18) para protestar contra a moção de repúdio apresentada no final do mês passado pela vereadora Lucimeire Elias da Silva Ramos Barbosa (PR), mais conhecida como Lucia da AAVC.
Assim que a vereadora subiu na tribuna, os agentes e os policiais ficaram de costas, durante todo o tempo usado por Lucia. Antes, o presidente da Associação de Cabos e Soldados da Polícia Militar e Bombeiro Militar de Mato Grosso do Sul, Edmar Soares da Silva, também fez uso da tribuna e repudiou a atitude de Lucia da AAVC.
A vereadora apresentou moção de repúdio contra o agente Jorge Luiz Ramos e o policial Marlon Mateus, que é sargento. Segundo Lucia, na manhã do dia 25 de setembro ela procurou a Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário) em busca de informações de seu irmão Jeferson Elias da Silva, de 34 anos, e teria sido tratada de forma grosseira pelo agente citado.
Na moção ela também questiona a atitude do sargento, que algemou seu irmão para transportá-lo ao Hospital Regional Álvaro Fontoura, em decorrência de problemas de saúde, alegando que o preso não oferecia risco de fuga. A vereadora também repudiou o fato do policial ter negado que a mesma visitasse o irmão.
Vale ressaltar que apenas três vereadores não apoiaram a moção de repúdio. São eles: Carlos Henrique Ferreira da Silva (PR), Celso Rodrigues (PSB) e Franciel Oliveira (PSB). Sergio Alexandre da Silva (PTN) e Vladimir Ferreira (PT) também não apoiaram, pois estavam licenciados, mas, seus suplentes, Algemiro de Souza e Sinval Batista dos Santos (PT), assinaram o documento.
Ao usar a tribuna, o presidente da ACS enalteceu a atitude dos profissionais, reforçando que eles agiram de forma regular, não havendo nada que desabone suas condutas. De acordo com Edmar, o sargento estava fazendo a escolta de um condenado, acatando procedimentos que lhe foram determinados.
O padrão foi adotado pelo policial militar, que algemou o irmão de Lucia para encaminhá-lo ao Hospital Regional, assim como não permitiu visita ao preso. “Existem regras para se visitar um preso, caso contrário vira bagunça”, comentou o presidente.
Durante sua fala, ele questionou se a vereadora ofereceu moção de apoio as famílias destruídas pelas drogas, que tem seus entes aliciadas por pessoas da índole do irmão de Lucia, condenado a nove anos por tráfico de drogas e associação para o mesmo crime.
O presidente também perguntou se a vereadora apresentou suas condolências a vítima do furto de 122 cabeças de gado praticado por seus irmãos, processo que Jeferson também responde. “Com certeza não, mas veio a público apresentar moção de repúdio ao policial militar. E quando apresenta moção dessa natureza, me perdoem os demais vereadores, a meu ver está fazendo apologia ao crime, mesmo que de forma implícita”, desabafou o presidente da ACSPMBM/MS.
Ao finalizar, Edmar disse que é inaceitável que uma pessoa se utilize de um cargo público para defender interesses pessoais. O presidente fez questão de encerrar sua fala reafirmando que lugar de bandido é na prisão, pois quem precisa ser desencarcerado é a população que vive trancada dentro de suas residências, assustadas com as ações de criminosos.
Sheila Forato
Edição MS
Nenhum comentário:
Postar um comentário